Como cozinhar com crianças
Falamos e ouvimos muito sobre as delícias de cozinhar com as crianças. Mas, como fazer isso na prática? Como elas podem ajudar sem transformar a cozinha em cenário de filme de terror ou desandar com a receita?
1 – Cozinhar com uma criança requer organização. O modo de fazer pode demorar mais e a cozinha com certeza ficará mais suja. Tudo bem que livros de receitas com massas de bolo seca é até poético, mas criança é criança: deixe panos de prato extras ao lado do local escolhido para fazer a comida. Eu, uma assumida pessoa com toc, deixo até lenço umedecido.
2 – Cozinhar com uma criança também requer paciência. Ela pode quebrar o ovo fora da tigela, derrubar o saco de farinha em cima do cachorro ou virar a travessa com toda a comida enquanto tenta alcançar algo do outro lado da mesa. Melhor encarar a coisa toda com didática e não com fome. Limpe, explique a forma correta de fazer, comece a receita de novo.
3 – Você pode transformar a ocasião em um evento maior: leve a criança para ajudar a comprar os ingredientes, escolher legumes, frutas… A diversão começará antes da cozinha. Depois, compre ou faça aventais para usarem no dia e protegerem as roupas.
4 – A atividade pode ensinar muitas coisas. Dependendo do prato escolhido, você pode contar a história da região onde ele foi inventado. Ou curiosidades culinárias. A receita em si pode ensinar muito de matématica: quantidades, números de colheres. Até química e física pode entrar no processo se você estiver a fim.
5 – Estabeleça o espaço da cozinha que será usado: mesa, bancada, fogão. Deixe o caminho livre para vocês andarem por ela. Ou, se a criança ainda não alcança os locais, providencie uma cadeira segura para ser levada ao lado de onde você está.
7 – O lado bom de você dominar a receita é que pode inclusive adaptá-la com sugestões da criança. Minha filha um dia pediu ao pai um bolo de kiwi (!). No meio do processo, ainda inventou de colocar geléia de morango e suco de laranja. Felizmente, ele sabia o que estava fazendo e mesmo com essa mistureba, ficou uma delícia!
8 – Até uns dois anos e meio, a participação é meio passiva. No começo o bebê vai ficar no cadeirão olhando e experimentando os ingredientes que os adultos lhe oferecem. Também dá para brincar com um pouco de massinha, dependendo da receita escolhida. Com o tempo e a intimidade com os talheres, ele pode mexer a mistura. Criança mexendo a mistura geralmente não conta no tempo que a receita pede. E precisa de uma sútil ajuda sua nos primeiros anos.
9 – Aliás, supervisão é tudo! Fique de olho, faça junto, coloque sua mão por cima da mãozinha. Isso é importante para que tudo dê certo, para evitar acidentes e também para que a criança consiga fazer o que pretende. Senão, corre-se o risco da frustração dela acabar com a alegria do dia. Por isso é tão importante pensar nas suas capacidades na hora de organizar quem faz o quê.
10 – Depois de dois anos e meio a criança pode ajudar a colocar os ingredientes na tigela. Ou misturar os temperos no bife. Com quatro, cinco anos, já terá coordenação para quebrar um ovo ou ralar um queijo, por exemplo.
11 – Eu sou meio radical: fogão e crianças com menos de oito anos não combinam. Mas elas adoram esse eletrodoméstico mágico! Adoram arrastar a cadeira para o seu lado para ver o que acontece dentro das panelas. Por isso, grude nelas, use as bocas do fundo e, no caso delas mexerem a mistura, prefira colheres de paus com cabos beeeem longos.
13 – Ajuste suas expectativas (e as das crianças também) sobre o resultado. Pode dar tudo certo, mas pode ser que o tiquinho de fermento a mais que ela derrubou sem querer deixe o bolo com uma aparência que não combina com a fantasia infantil. No fim, preparem juntos uma mesa bonita de almoço/jantar ou lanche e convidem os outros membros da família para degustarem o que vocês fizeram.
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